sábado, 29 de dezembro de 2012
Resoluções de ano novo
E lá estávamos, todos sentados nas cadeiras brancas de plástico. As meninas com vestidos chiques, os meninos bem arrumados (na medida do possível). Os professores vestindo as suas personalidades. Pais orgulhosos segurando câmeras e filmadoras. Eu usava preto em protesto à demissão do meu professor de filosofia. Não me lembro quem sentava do meu lado, acho que não eram meus amigos. Alguns discursos bestas, apresentações de crianças tocando violinos desafinadamente (Por quê!?), um fracassado fazendo stand-up com piadas que a maioria dos pais mandou por e-mail. Piadas sobre ir na balada, Porto Seguro, fazer festas em casa, ir mal na escola e coisas do tipo. Nada que eu pudesse relacionar com a minha vida. Minha mãe mandou piadas também, mas eram tão unicamente minhas que não foram escolhidas. Quase ninguém daquele terceiro colegial levava bronca por voltar para casa às 7 horas da manhã depois de uma noitada na rua Augusta. Ou por não querer saír de casa e ficar vendo filmes o dia inteiro. Ou por nunca trazer amigos em casa.
Depois do sofrimento de ouvir esse suposto comediante falar um monte de merda por meia hora, os professores cantaram algumas músicas para nós. Foi divertido. Depois vários discursos de alunos, pais, etc. Não lembro o que eram, não deveriam ser relevantes. Finalmente, a entrega dos diplomas. O meu demorou um pouco para chegar, quem me entregou foi a professora de inglês. Estava num embrulho azul com outras coisas dentro, como uma camiseta com o nome de todos da série e um livro da Lygia Bojunga Nunes. Abri o tubo para encontrar dentro um pedaço de papel escrito algo nas linhas de "Um cerificado de amizade para a vida toda". Grande droga. Olhei em volta e vi as pessoas que tinham sido meus colegas por três anos. Alguns haviam passado de ano "direto", outros pegado recuperação, o menino que bombou estava ausente. Alguns já tinham se matriculado na faculdade, outros no cursinho, a maioria ainda aguardava a lista da Fuvest. Alguns namoravam, outros não tinham nem tido seu primeiro beijo. Alguns tinham até emprego garantido, outros não tinham a menor ideia do que queriam fazer da vida e por isso tinham prestado ciências sociais. E eu, com meu vestido preto, não tinha a menor ideia do que iria me acontecer. Se eu soubesse naquele dia o que o ano seguinte me aguardava, acho que eu estaria muito mais feliz e tentaria não odiar todo mundo. Mas naquele momento a única coisa que eu pensava era que dali há alguns dias eu iria para a praia comemorar o ano novo com alguns amigos e precisava fazer minhas malas.
Marcadores:
colegial,
formatura,
memórias,
minoridade,
praia
"Todd in the Wilderness" - monólogo
Durante meu tempo fora, escrevi uma peça de um ato chamada "Todd in the Wilderness". Por razões pessoais, prefiro não postá-la na integridade, porém aqui está um monólogo da personagem Nastazja, uma imigrante polonesa de 40 anos falando com Todd, o "filho"/cão/escravo sexual dela.
"Oh my poor
baby...I am getting old, you know? And your father isn't getting any younger.
He spends the days in that damn university, while I hide from the world in this
fucking house. I can only go out once or twice a year. Otherwise I stay here, drinking
my fucking vodka and smoking my fucking cigarettes...You are full of vitality
and life. So many years ahead of you. It makes me jealous.
It makes
me so jealous I want to spoil you! Especially because your father gives you all
his attention. He spends all of his free time with you. I, on the other hand,
have to wait until fall break to go out with him. I've become boring to his
eyes. I'm old.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Procurando bons monólogos
Sinto que o intuito desse blog vai mudar muito agora que minha orientação vocacional parece ter mudado bastante. Ando procurando bons monólogos. Em inglês. É difícil. Eu detesto monólogos melodramáticos e os que eu acho bons, ou estão na lista de "overused" ou algum clipe no YouTube estraga eles pra mim. Shakespeare então nem se fala...é um porre. Então, para acalmar minha mente decidi fazer uma colagem de partes de peças que eu gosto e fazer uma "colcha de retalhos". Meu monólogo perfeito.
Extraído de:
"4.48 Psychosis" - Sarah Kane
"Cowboy Mouth" - Sam Shepard
"Who's Afraid of Virginia Woolf?" - Edward Albee
"Cat on a Hot Tin Roof" - Tennessee Williams
"True Love" - Charles L. Mee
"Titus Andronicus" - William Shakespeare
"The House of Blue Leaves" - John Guare
"Angels in America" - Tony Kushner
"A Streetcar Named Desire" - Tennessee Williams
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
George and Martha, sad, sad, sad...
"There is only one man in my life who has ever... made me happy. Do you know that? One!
I meant George, of course. Uh... George; my husband.
...George who is out somewhere in the dark... George who is good to me, and whom I revile; who understands me, and whom I push off; who can make me laugh, and I choke it back in my throat; who can hold me, at night, so that it's warm, and whom I will bite so there's blood; who keeps learning the games we play as quickly as I can change the rules; who can make me happy and I do not wish to be happy, and yes I do wish to be happy. George and Martha: sad, sad, sad.
...whom I will not forgive for having come to rest; for having seen me and having said: yes, this will do; who has made the hideous, the hurting, the insulting mistake of loving me and must be punished for it. George and Martha: sad, sad, sad.
...who tolerates, which is intolerable; who is kind, which is cruel; who understands, which is beyond comprehension...
Some day... hah! some night... some stupid, liquor-ridden night... I will go too far... and I'll either break the man's back... or push him off for good... which is what I deserve."
Marcadores:
amy morton,
broadway,
edward albee,
tracy letts,
Virginia Woolf,
who's afraid of virginia woolf?
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
As peças que vi durante meu tempo em Connecticut
Já que não sei sobre o que escrever (pela enorme quantidade de experiências significativas), vou postar as peças que vi durante meu tempo em Connecticut, com a estendida em Nova York.
1. "The Tempest" - Royal Shakespeare Company (Stratford-Upon-Avon)
2. "The Comedy of Errors" - Royal Shakespeare Company (Stratford-Upon-Avon)
3. "Sweeney Todd" - com Michael Ball e Imelda Staunton (Adelphi Theater, Londres)
4. "War Horse" (New London Theater, Londres)
5. "Love and Information" - de Caryl Churchill (The Royal Court Theater Downstairs, Londres)
6. "Scenes from an Execution" - com Fiona Shaw, de Howard Baker (National Theater, Londres)
7. "Richard III" - com Mark Rylance (Globe Theater, Londres)
8. "Some Like it Hip Hop" - ZooNation Dance Company (Peacock Theater, Londres)
9. "Wild With Happy" - com Colman Domingo (Public Theater, Nova York)
10. "Who's Afraid of Virginia Woolf?" - com Steppenwolf Theater Company, de Edward Albee (Booth Theater, Nova York)
11. "Marie Antoinette" - dirigido por Rebecca B. Taichman (Yale Rep, New Haven)
12. "The Trojan Women" - SITI Company, dirigido por Anne Bogart (Connecticut College, New London)
13. "Peter and the Starcatcher" (Brooks Atkinson Theater, Nova York)
14. "Chicago" (Ambassador Theater, Nova York)
15. "Cat on a Hot Tin Roof" - com Scarlett Johansson (Richard Rodgers Theater, Nova York)
16. "Vanya and Sonia and Masha and Spike" - com Sigourney Weaver, de Christopher Durang (Lincoln Center Theater, Nova York)
Assinar:
Postagens (Atom)